Onde estão/são os ossos?

2017. A exposição internacional ‘Onde estão/são os ossos?’ é oriunda do projeto de pesquisa ROBAA (RoadsofBonesandAshes/A estrada dos ossos e das cinzas). Nascido no final dos anos 90, de um trabalho clínico de consulta psicanalítica em instituição e em consultório privado junto a requerentes de asilo que sofreram tortura, o projeto concentra-se, no primeiro momento, nos riscos psíquicos dos traumas extremos (guerras, genocídios, democídios, massacres de todo gênero) para em seguida expandir-se e tocar nas questões de natureza paleontológica, arqueológica, antropológica, filosófica, literária, política e econômica.
 

‘Onde estão/são os ossos?’ permite ver e ouvir um momento, um estado provisório de ROBAA, o nó de um rizoma, uma temporalidade mais próxima do movimento do inconsciente que de um terreno “empírico” e “fenomenológico”. Trata-se de um ato geopoético para o qual os pesquisadores da partida propuseram aos artistas-acolhedores da UFPel um material que eles se apropriaram e transformaram. Esta proposta corresponde, aliás, a um momento em que ROBAA, instigado pelo antropólogo Fillipo Furri, transformou-se, em 2016, em MédiaLab ROBAA. O que mostra bem que os ossos deixam rastro nas estradas desde os tempos mais antigos da humanidade – o próprio originário. Embora o projeto fosse mais pessoal, inclusive mais íntimo, ele agora se torna uma plataforma e um entroncamento em que se encontram pesquisadores e artistas de várias instituições de muitos países (Canadá, França, Tunísia, Itália, Grécia, Polônia, Brasil).

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